A cegueira branca
Vou aproveitar este espaço não só para falar sobre os lançamentos do cinema. Mas também outros filmes que eu assistir e achar que vale a pena comentar, como é o caso de “Ensaio Sobre a Cegueira”, que assisti recentemente.
Fazia tempo que tinha vontade de ver este filme, mas antes, queria ler o livro do autor português José Saramago, no qual o longa foi baseado. Os livros sempre são melhores. Mais envolventes e ricos em detalhes. Porém, acabei assistindo filme antes e só fiquei mais curiosa.
A história é sobre uma epidemia de cegueira que atinge repentinamente uma cidade. Sem explicação, as pessoas vão ficando cegas. A única que não é contaminada é a mulher de um médico.
Mas não se trata de uma cegueira “comum” onde as pessoas veem tudo preto. No filme, uma camada branca leitosa toma conta da visão, como se uma luz muito forte os tivesse atingido.
Preocupado com a situação, que começa a ficar fora de controle, o governo isola as pessoas contaminadas em um hospital abandonado, onde a história se desenrola. Com o tempo, o lugar fica abarrotado, sujo, simplesmente inabitável.
A mulher do médico, precisa fingir que também está cega para poder acompanhá-lo. Lá dentro, os cegos passam a se adaptar com esta nova condição e contam com a ajuda da mulher do médico, que vai acabar guiando as pessoas no desafio que elas têm agora.
O curioso e que ninguém tem nome. Nem a cidade. As filmagens foram feitas em Montevidéu, Toronto e SP; o cenário é uma mistura das três. E os paulistas logo vão reconhecer os pedacinhos da terra da garoa em cena.
É um filme em alguns momentos forte, mas também que nos faz refletir sobre algumas coisas da vida. Neste hospital, as pessoas vivem em condições precárias de limpeza, passam dias sem tomar banho e ainda são expostas à fome. Se já não bastasse a condição a qual se encontram.
Vale comentar duas coisas importantes: José Saramago, escritor do livro que originou o filme, foi o único autor da língua portuguesa a conquistar um prêmio Nobel. E o diretor de “Ensaio Sobre a Cegueira” é Fernando Meireles, o brasileiro indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com “Cidade de Deus”.
Eu gostei muito e vou ler o livro com certeza. Recomendo muito.
Até o próximo filme!
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