Fora do Figurino


Com bom humor, “Fora do Figurino” capta problema na produção das roupas brasileiras

Termina hoje a 35ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que exibiu 297 filmes em 22 salas por toda a cidade. Um dos títulos exibidos tem tudo a ver com moda e afeta diretamente a vida de todos nós.


Mas apesar de ser relacionado à moda e tratar de um assunto relevante, o documentário brasileiro “Fora do Figurino”, do diretor estreante em longa-metragem, Paulo Pélico, não tem glamour. No filme são reunidos depoimentos de profissionais da indústria têxtil, de moda, atrizes como Regina Duarte e Beatriz Segall, a apresentadora Adriane Galisteu, e também de “pessoas comuns” de diferentes regiões do país para mostrar uma dificuldade que atinge a todos, igualmente: a falta de padronização das medidas corporais dos brasileiros.

E esse problema não está restrito apenas ao mercado do vestuário. Produtos como cadeiras, mesas, carros, equipamentos de proteção individuais, entre outros, também são produzidos no país seguindo tabelas de medidas estrangeiras, o que causa frequentes problemas com relação aos tamanhos. Em contra-partida, americanos dizem exatamente o contrário: normalmente não encontram problema algum para comprar roupas. Isso porque em países desenvolvidos, a cada cinco anos é feito um levantamento antropométrico, que mantém as medidas sempre atualizadas.

De acordo com o diretor, o longa de pouco mais de uma hora apresenta um retrato do jeitinho brasileiro, o que o torna divertido. Apesar da aparência técnica, ele diz que é um filme bem-humorado e todos vão se identificar com os problemas nele apresentados. Paulo afirma ainda que se trata de uma leitura antropológica de como o Brasil costuma tratar seus problemas adiando as soluções. O que, nesse caso, gera muitos transtornos, não só para nós, consumidores, mas também na economia, pois provoca impacto na exportação brasileira, já que nossos produtos não se adéquam ao mercado internacional.


De qualquer forma, mesmo não se tratando de um filme exatamente fashionista, vale a pena conferir, tamanha importância do tema. Afinal, quem nunca usou uma calça jeans manequim 38 de uma marca, e 40 de outra?



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