A Pele que Habito

Começo a escrever esse texto sem saber muito bem como definir esse filme, mas posso dizer de cara que ele é diferente de tudo que eu havia visto até agora. Um filme denso, complexo, e por que não dizer, bizarro? Sim, porque pensar que alguém tenha criado uma história como essa, é no mínimo curioso.

O novo filme do diretor Pedro Almodóvar traz Antonio Banderas (meio velho, diga-se de passagem) na pele do doutor Robert Ledgard, um médico louco (isso vai se revelando ao longo da história) que, após perder sua mulher em um acidente de carro, fica obcecado pela criação de uma pele capaz de resistir a queimaduras e fortes agressões.

Trancado em uma clínica que mantém dentro de sua própria casa, ele trabalha em suas experiências na busca constante por essa pele, ultrapassa barreiras da ética e dos escrúpulos para conseguir o que tanto deseja. Para isso, ele conta com Marília, sua emprega e “fiel escudeira”, que cuida da casa e ajuda a controlar Vera, uma mulher misteriosa que é mantida aprisionada num quarto com câmeras que vigiam cada passo seu. Vera é a cobaia de Robert em sua empreitada na construção da tal pele, e espera ansiosa pelo dia em que será libertada.


Porém, o fator de extrema importância, que só é revelado mais adiante, é a filha de Robert, Norma, que tem problemas mentais e acaba se matando após a morte da mãe. Norma é estuprada e fica em estado de choque. Na ira de um pai, que deseja sempre o melhor para o filho, o doutor começa uma vingança sem data para terminar, onde só os fortes sobreviverão.

Levado por uma trilha sonora marcante, ora remetendo ao drama, ora ao terror, em outros momentos tudo junto, esse filme denso e insano vai surpreender a todos, com certeza.

Lendo o texto, para quem não assistiu, não dá pra imaginar a loucura que é esse filme. Acredito que nem arriscando muito alguém vá acertar o que acontece. Só assistindo mesmo...